Você nunca sabe quando o papo vai fluir. O importante é seguir os passos de um surfista: observar a maré antes de cair pra dentro. Desvendar a raíz da conversa pode levar um tempo, mas vale molhar o corpo no mar salgado e viver a experiência de conhecer o outro no derramar da alma com as palavras.
Sabe como é né?! Jornalista entrevista sem querer e a qualquer indício tem história bem debaixo dos seus olhos. É natural.
Ao sair do desembarque na rodoviária, a luta para pegar um carro é o primeiro desafio. A pista estava cheia com táxis, carros de aplicativo e outros que nem consigo decifrar. O motorista em questão sinaliza o lugar em que se encontra e eu no caminho inverso volto para embarcar.
A abordagem simpática me dizendo que o destino era o aeroporto já causou fácil aquele clima bem humorado. O silêncio aconchegante toma conta do veículo após as boas vindas, e meus olhos perambulam pela cidade. As construções movem meus olhos. A arquitetura de São Paulo faz você viajar na história, um mergulho absurdo. Entre encanto e suspiro resolvo perguntar em algumas situações em que bairro eu estava.
O motorista sinaliza e compartilha parte da cidade. Após a retirada da máscara tudo vai ficando mais natural e ele alerta quanto ao que a cidade mostra. Preste atenção! Você pode encontrar com muitos “atores”. As pessoas jogam muito bem aqui! E sempre para o homem vai ser mais difícil! O não é certo. Já para as mulheres o lugar é mais de boa, elas podem escolher o que querem. Conselho amoroso por conta da viagem hahahaha.
Conselhos que variam de área também. “Algumas coisas no começo são maravilhosas, mas com o tempo você vai desejar por algo que faça sentido. Sempre tem que ter algo que te impulsione para mais”, fala o motorista que ano que vem vai embarcar para os EUA. A capital paulista ficou pequena para ele e sua esposa.
Olha aí! A cidade já era um baita cenário, mas nada acontece sem os personagens na vida real. E ali estava o narrador apontando o que viria nos próximos capítulos. Ele sabe guiar uma história!
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