Algumas realidades são inexistentes para nós quando não convivemos com elas. Um universo que de tão distante no nosso mundinho parece não ser real. O conhecimento de muitas situações e diversidades no mundo nos transportam para culturas que nem imaginávamos que pessoas viviam.
Ao estudar no instituto de deficientes visuais você se pergunta a todo instante: como eles vêem? Crianças, adultos e pessoas na terceira idade se locomovendo de bairros distantes, usando o celular, conversando e até correndo no intervalo. Para os videntes (pessoas que enxergam) é praticamente impossível andar dentro de um cômodo sem enxergar.
Uma cena despertou minha atenção no recreio da escola quando uma menina deficiente visual estava conversando com duas colegas procurando saber o que estava acontecendo entre elas. O distanciamento parecia ser o motivo da discussão das colegas. Uma percepção de relacionamento que vai além do que nós conhecemos. Fiquei a pensar quanto a profundidade dos laços que eles criam.
E você pode se surpreender quando ao guiar um deficiente visual ele mesmo te dizer onde estão passando. Como uma experiência recente ao parar na calçada para atravessar a avenida da escola meu colega anunciar: estamos de frente da escola.
Um universo tão imenso para se ignorar.
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