Na rua deserta no bairro do cemitério do Bonfim o silêncio costuma ser a alma do lugar. E a mudez nos leva a refletir quando nossos olhos perguntam. Ao olhar da varanda vejo um carro e dentro dele uma garrafa de refrigerante de 500 ml.
Seria a última ... no deserto? No calor que faz reconhecermos que o verão chegou e não adianta ignorar, mesmo que em Belo Horizonte não tenha praia. O sol cumpre seu dever diário.
A pergunta que fazia era: por que deixaram ela ali? Mesmo que o carro tenha ar condicionado não faz sentido. No dia seguinte ela continuava no mesmo lugar. Quem iria beber algo quente?
Minha curiosidade me fez refletir em quantas pessoas estão fora dos lugares que deveriam estar. E aquele refrigerante fervendo dentro de um carro fechado me faz pensar: nos lugares que estamos. Será que vivemos para cumprir algo que dizemos ser a nossa essência?
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