Estava eu a conversar com uma recém - casada. A moça é doce, meiga, decidida, educada, forte, e isso percebe-se em sua maneira de conversar. Assuntos aleatórios vêm: viagens, natureza, África, inglês e aplicativos. Comentando sobre aplicativos de estudo de línguas, falo que, às vezes, surgem pessoas que não entendem muito o objetivo do sistema de prática da língua e transformam o ambiente em lugar de relacionamento.
A jovem esposa solta a frase que faz nascer este texto: isso tem em todo lugar, se acontecer de conhecer alguém interessante e bater, pode rolar um relacionamento.
A questão da resposta é bater. Isso para de fato acontecer é o tal do encontro. Trocar informações e fazer amizade é algo bem comum ao longo das relações. Mas e o tal de conhecer aquela pessoa? Aquela que você vai desejar passar quase uma vida inteira ao lado pra conhecer até que ela desapareça fisicamente da terra. Que seu maior desejo será estar com ela em todos momentos que ainda vai viver. A pessoa para quem você vai abrir o peito e sem anestesia alguma vai mostrar seus traumas e hemorragias ainda sendo estancadas. O ser para quem você vai querer contar todos os seus planos e ouvir os dele para, então, procurar uma sintonia no projeto a dois. A companhia de estar amparada com apenas um: tá tudo bem? O amor que você vai chamar abaixando o tom da voz, a melodia que vai depender do dia e da intensidade da voz do outro lado da linha.
Esse amor está em todo lugar, mas como a jovem esposa disse: se bater, vai acontecer. Em outras palavras, se trata do tal amor correspondido. Em tempos de shipagem procura-se o amor desejado há anos e no meio da prática da língua do amor nem todos sabem ler o desejo grudado na letra de cada nome...os seres que estão em busca de alguém que responda a carta de amor escrita de forma tão singular por cada humano que tem uma bomba de sangue que percorre todo o corpo e o faz funcionar e sentir tudo ao mesmo tempo. Este ser procura encontrar o leitor peculiar.
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