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Foto do escritorSarah Lima

Pressão caiu na farmácia

Numa terça-feira pela manhã entro na fila como de costume para pegar medicamentos. A fila de uma farmácia popular é muito parte da história do Brasil. Aqui você encontra vários perfis. Mundos distantes que agora se reúnem para esperar a sua hora.



A fila que percorre parte da Av. do Contorno no bairro Gutierrez em Belo Horizonte chama a atenção de quem passa e pensa: que fila é essa?! Ao olhar para uma fila passam várias perguntas: o que fazem ali? Estão dando alguma coisa? Que pessoas são aquelas? Que horas chegaram? Vai demorar muito?



Aguardar nunca é fácil, principalmente quando se pensa no tanto de outras atividades que demandam dentro de um dia. Mas a fila não pode desaparecer como um desejo. Tem que ficar ali e deixar o tempo passar para que sua hora chegue. A realidade não some.



Falando em vida real, ao lado da farmácia temos uma rede funerária. Nos minutos que muitos passam ali aguardando, a reflexão da vida curta aqui pousa nem que por instantes na mente de muitos. Alguns “espantam” com o olhar ao lerem a placa da funerária. E o calor aumenta diante de tantas pessoas perto e o tempo que não anda...rasteja.



As reflexões se vão. E eu já diante da porta para entrar no prédio sou acometida de sintomas de cansaço: falta de ar e anúncio de um breve desmaio. O jeito foi tirar a máscara que já sufocava (para não morrer dentro de uma) e ajoelhar para evitar a queda de uma altura de 1,60.



Respirando fundo e tentando sair daquele lugar, nem que seja mentalmente vou sobrevivendo a fila. Não dá para desistir quando a minha vez estava prestes a chegar. Clamo pelas forças que talvez nem existam e adentro a farmácia. Os efeitos da espera são alucinógenos.



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