top of page
Buscar
  • Foto do escritorSarah Lima

O Portal

Prédios e mais edificações compõem o centro de Belo Horizonte na Avenida Afonso Pena. A avenida foi projetada para ser um eixo de norte a sul no perímetro urbano. Por ela podemos entrar em diversos bairros centrais basta virar na esquina certa.



Podemos até ignorar e pensar que tudo é a mesma coisa sempre ao fitarmos nossos olhos pelas construções. Mas dentro desses edifícios existem cenários e pessoas singulares. O que nos separa deste universo é a chance de adentrar pelas portas.



Após uma manhã atarefada com minha mãe resolvendo muitas questões, aproveitamos para conhecer uma loja de roupa indiana. O dono, um indiano da cidade de Nova Déli foi atencioso e sugeriu várias peças que são produzidas no país asiático com mais de um bilhão de pessoas. Eu confesso que não me empolguei muito quando minha mãe me falou da loja, mas fui ressabiada ver o que tinha lá. E ao deparar com os tecidos e estampas viajei para Índia.



A textura e as cores das peças são encantadoras. Tem para todos os gostos para quem curte as mais coloridas como para aquelas que preferem desenhos mais discretos. Eu e minha mãe gostamos de peças bem especificas, mas havia um dilema: as peças não eram o nosso tamanho exato. O nosso novo amigo indiano sugeriu uma costureira no prédio ao lado para ajustes nas roupas.



Quando você experimenta uma roupa e se apaixona pela beleza que ela desperta em você é praticamente impossível não levar ela para casa. Então fomos à costureira para os detalhes essenciais das peças recém-compradas. Entramos no prédio e após uma travessia rápida no elevador nos poucos passos nos deparamos com uma porta linda de madeira e com duas divisões. Ela com sua beleza clássica atraiu o nosso olhar. Mas a costureira indicada não era essa.



Ao bater na porta indicada, telefonar e aguardar nada da costureira chegar. Um senhor nos sugere procurar outra profissional no mesmo andar. E aquela porta fabulosa que chamou a nossa atenção ao chegarmos ao andar se abre para nós. Marlene uma mulher gentil, doce e serena nos convida para entrar no seu ateliê. Ele para sua produção de vestidos e sugere em cada peça que trouxemos os pontos e cortes necessários para que a roupa tenha o caimento perfeito e se torne uma só conosco.



Marlene é uma daquelas personagens que surgem nas histórias de conto de fadas. A paciente artista dos tecidos desliza os alfinetes e marca os pontos para o serviço. Interessante é o significado do nome dela: senhora soberana que vive na torre de Deus. Sua leveza mostrou o quanto nas portas fechadas ela produz beleza na sala entre máquinas e tecidos. Nos poucos minutos em sua presença pude refletir no quanto do mundo da moda está no proceder mais do que no mostrar. Sem a agitação das ruas ela desenha as possibilidades do frescor de uma linda mulher que em breve vai estar pelas avenidas passeando com uma beleza natural.




10 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Paçoca

Post: Blog2_Post
bottom of page