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Miguel: o número 1 deixado de lado

  • Foto do escritor: Sarah Lima
    Sarah Lima
  • 13 de ago. de 2022
  • 2 min de leitura

A garoto estava ao lado da avó e de sua tia para uma viagem ao Rio de Janeiro. Engraçadinho, observador e falante. Miguel um menino educado sentado na rodoviária estava hipnotizado pela máquina de bichos de pelúcia.




Após sua narração, explicando a avó como o jogo funcionava ele ganha uma nota de dois reais para tentar a sorte. Infelizmente, ele não consegue levar seu prêmio. Volta para a “cadeira do aguarde” agora passando o tempo com o joguinho do celular.




Eu uma observadora de pessoas me encanto com o rapazinho. E descubro em uma conversa rápida com sua avó que ele é o primeiro de 4 filhos de uma moça. A mãe o rejeitou e sua criação depende da matriarca da família. Pelos relatos, a moça não parou de multiplicar. A avó sem forças e paciente busca por alguém que cuide dele.




Eu olhando o garotinho me pergunto como a rejeição funciona no coração humano. Um ser tão lindinho ser deixado de lado. Será que a rejeição dele tem ligação com o relacionamento que não foi bem sucedido? Será que a repulsa por ele é porque ele não é do jeito que a mãe queria? A rejeição tem a ver com a aparência? Jeito? Modo? Lugar? Personalidade? Química? Tudo parece sem resposta. E sei que têm perguntas sem respostas neste plano.




O primogênito ainda conta com a avó, não sabemos por quanto tempo. Ele nem se preocupa, em seu mundo colorido e divertido tudo está certo. O olhar de sua avó é distante. Ela está presente, mas sem esperança quanto ao futuro do menino. Faz o que pode. A sensação de finitude sobrevoa diante do aviso do embarque.




Em instantes eles descem para pegar o ônibus, a avó carregando tudo sozinha. O jeito é entrar e aguardar a chegada ao destino.









 
 
 

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