Ao colocar o fone e pedir autorização para entrar na sala com a câmera desligada a imersão acontece. Se você já mergulhou sabe muito bem do que eu estou descrevendo. Um mar a ser desbravado pelos seus ouvidos. A atenção quanto aos sons na sala é tamanha, que o simples ato de respirar já deixa no ar quanto a emoção do locutor. Se o seu dia está sendo bom, ou até um pouco dos sons nas mastigações.
Ouvir tudo que encorpora o ambiente permite nossa mente imaginar os cenários que cada aluna se encontra. E hoje na aula tem de tudo viu. De cachorro latindo, pai conversando com alguém no fundo, alguém pedindo algo, criança chorando, chuva bem no estilo dilúvio e até outras reuniões online acontecendo ao mesmo tempo. E claro o mundo do grupo das mensagens contam um pouco da realidade. São duas salas acontecendo.
O mundo online está parcialmente sendo estudado pelas moças que participam do treinamento. A curiosidade está bem no fundo de cada ser. O silêncio parece ser a fuga quase que perfeita para aquelas que não estão “à fim” de participar da aula. Ou mesmo já se perderam em tanto conteúdo. Ali na sala assistindo vídeos e anotando tudo a sensação de solidão faz parte do combo. Existe sim uma rede de internet que permite que várias pessoas estejam em um treinamento, mas ao mesmo tempo você se encontra sozinho.
Estar online parece falar mais de marcar uma presença virtual do que participar de fato de uma troca de conhecimento. Todos estão logados na hora marcada, mas não presentes ao mesmo tempo. Uma sala cheia de e-mails disponíveis, mas de vidas acontecendo com uma velocidade frenética ... Que só é perceptível para quem está do outro lado. O mergulho por lá está sem microfone ligado: filtros.
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