Estamos em mais um dia comum ...
O sol está com aquela força escaldante, e ela com uma energia que não sei de onde vem, após executar todas as demandas na casa dos pais vai ao poço.
Ela têm passos rápidos e certeiros para chegar. Não se distrai pelo caminho. Tem uma tarefa a ser feita. Seu dia passa velozmente diante de seus olhos como as horas em mais uma semana.
A água para atender as necessidades da casa não fica perto da sua zona de conforto. Ela tem que caminhar para chegar no “posto”. E chegando tem que ter disposição para pegar e carregar a água até a casa. Ela é forte e ao mesmo tempo frágil. Um ser raro.
O recipiente para pegar água está em seus ombros. Ela caminha tão focada na tarefa rotineira que nem se dá conta do mundo ao seu redor. Ela parece pronta. Usa vestidos delicados e comuns, seus pés empoeirados pelos caminhos não tiram sua leveza nas repetições. Ela sorri e seus cabelos soltos parecem se alegrarem com a atmosfera tão doce e serena dela. Está tudo bem.
Ela vive inteiramente o presente. Parece não se desesperar pelo futuro. Ela está vivendo o hoje e da melhor forma possível desfruta da temporada atual de sua vida.
Ela não tem dono. Ela é guardada em um mundo tão puro e belo. Ela vive o comum, mas ela não é qualquer mulher. Reservada, ela é preservada.
O mundo dela está prestes a mudar, mas ela ainda não sabe. Sem anúncios, ela é observada por um senhor. E na força de sua dedicação ele lança a pergunta. Uma oportunidade. Algo está bem perto dela. E como os portos que oferecem entrada e saída, ela vai sair de uma estação e entrar em uma totalmente nova.
Sem saber o que estava adiante, ela diz com seu serviço um sim. E naquele simples ato de dar água a um estranho ela entra na nova fase. Bem ali no calor de um deserto ... ela rompe um ciclo no lugar comum.
Os camelos participam do início da viagem...que será longa até o encontro. Mas isso não é problema ... Ela tem água para a jornada.
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