Nesses dias de ir e vir para resolver tantas coisas a facilidade de um carro faz toda a diferença. Mas de nada adianta um veículo potente se o piloto não sabe conduzir.
Não! Não estou falando de um motorista que não tem habilitação para estar nas ruas. O que me refiro é a capacidade rara de esperar sem pressa para que tudo flua no seu próprio tempo.
Esse episódio aconteceu recentemente quando me deparei com o senhor José. Para atender a uma necessidade chamei o aplicativo para buscar uma encomenda no laboratório.
A questão de colocar uma parada no destino para voltar para casa sem a necessidade de chamar outro motorista não seria possível. Afinal, quem vai querer esperar toda a burocracia e demora? Eu achava que este ser não existia.
Isso tudo até entrar no carro do senhor José. Na calmaria em dirigir pelas avenidas movimentadas do centro de Belo Horizonte sem pressa, algo fisga minha atenção: a leveza em viver sem afobação.
E na minha contemplação não hesitei em alterar a rota e continuar com o motorista. Sem ânsia ele esperava sem perguntar quanto tempo iria demorar. Eu que informava a ele com o receio deste ser se transformar de uma hora para outra. Que nada! Ele possuía uma base sólida quanto a sua espera.
O frescor do viver do senhor José era de tal grandeza que entre os minutos do aguarde lá estava ele degustando um picolé no carro. Pelo visto, ele parece ter feito as pazes com a espera e não se desgasta em brigar com o tempo quando o mesmo resolve ir na fluidez natural da vida sem afoiteza.
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