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  • Foto do escritorSarah Lima

Do nada um jardineiro

Domingo combina com aquele banho de sol. Bom mesmo seria estar numa praia, mas dura realidade do bairro boêmio de Belo Horizonte não proporciona tamanha felicidade. Sentada em um banco no passeio avisto uma miragem. O homem empurrando um carrinho de compras cheio de materiais para quem sabe encher a barriga mais tarde ao trocar por dinheiro.



Ali em meus pensamentos sou abordada pelo homem que busca por mais nesta vida. Em busca de uns trocados, ele oferece seu serviço de jardinagem da gambiara. Sem instrumentos ele se propõe a arrancar a grama que cresce e deixa o bairro ainda mais morto. Ahh não comente, né? Neste mesmo local temos o cemitério mais antigo da cidade. Algumas ruas são desertas e ainda contamos com andarilhos e catadores de reciclável. Também usuários de droga. Nem em um lugar silencioso temos paz.



Já que aquele mato estava incomodando, eu e minha mãe resolvemos dar uma oportunidade para o cidadão do mundo. Com suas mãos grossas ele arrancava a vegetação pela raiz . Sua pele mais que bronzeada, uma espécie de camuflagem neste mundo sombrio conta muitas histórias do seu casamento, do aluguel e dos serviços que passou . O homem encerra seu freela sem fazer hora. O salário fast food do dia vai garantir seu corte de cabelo. Ele quer voltar para casa arrumado. A estética passeia entre as falas do jardineiro. Após o trabalho feito ele caminha tomando um suco gelado para seu próximo destino. É cada peça neste deserto do Bonfim.




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