Quem nunca na hora do Pai Nosso entrou para garantir a benção, a proteção ou passar a imagem de um religioso? A reza leva muitos a buscarem a paz que tanto falta no frenesi de um dia de trabalho. Em meio as demandas do chefe, as atividades eternas, a convivência com aquele colega chato e “o mesmo de todo dia”, uma equipe de colegas de trabalho resolve criar um grupo de oração em um aplicativo de mensagem de celular.
Lá vem os grupos, aquele mundo que você é inserido e quando vê o nome do universo coça a cabeça pra entender mais sobre a bolha recém criada. Entrar no grupo não é o problema, a questão é sair quando não faz sentido algum estar ali. Essa saída é quase uma ofensa. Muitos são chamados, mas poucos saem dali.
A vida no grupo sempre depende de alguém que dá o norte, seja no bom dia que se transforma em mantra ou naquelas perguntas que como um parto induzido tenta dar à luz a um engajamento utópico.
A aglomeração de oração dos colegas de trabalho no celular parece bem zen. A ideia é proporcionar preces de acordo com os pedidos das pessoas e juntos estarem ali para o que der e vier. Sabemos que a vida têm suas surpresas e são nelas que a maioria resolve buscar ajuda na fé.
No aplicativo de conversa os integrantes todo dia recebem uma conversa com Deus. De forma voluntária uma pessoa do grupo faz a oração e envia. Os demais ouvem ou lêem e dizem amém. Missão cumprida!
A vida real não é tão harmoniosa como o Pai Nosso, e os humanos nem sempre estão conectados para conversarem com Deus. Após alguns oradores se cansarem, surge a ousadia de convidar quem não reza para puxar a oração do dia.
E foi em uma tentativa de empurrar uma colega para rezar pelo grupo que deu ruim. A senhora não gostava de se manifestar e após receber a convocação no grupo responde com um: Aham.
Quem dá uma espiada na conversa sem parar para refletir também cutuca e chama a colega para a reza. Após o terceiro colega (acredito que esse sem conexão alguma com o divino) tocar no assunto a “escolhida” não aguenta e solta em texto três letras pagãs: Pqp.
Após o desconforto os colegas chegam a conclusão que hoje será um minuto de silêncio pelas almas que estão fazendo de tudo para rezar, mas que não sabem nem perceber a áurea do colega ao lado. Sim...ao lado. Todos se encontram no ambiente de trabalho e online no grupo de oração. Que Deus perdoe esses corações que dizem tanto Dele, mas que não percebem o próximo. Amém.
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