Só de ouvir a palavra somos levados a imagem da fruta delicada e doce. Assim era a ursa Amora. Uma bernese que dos montes gelados da Suíça vem para Minas Gerais.
A quinta-feira era o dia mágico. O motorista sempre sorridente descia do carro um Pajero preto com a dupla que podemos escalar para o cinema. Subindo as escadas, ela desfilada. Sacudindo todo o seu charme e elegância em cada passo até a entrada à clínica.
Marcava o ambiente não apenas deixando seus pelos maravilhosos pelo chão. Amora possuía uma ternura no olhar. Comunicava seu amor sem latir, sem fazer euforia. A bernese carregava nossas emoções mais profundas que poderiam até estar escondidas. Mas suas pupilas arrebatavam e nos envolviam a refletir quanto a vida.
Amora lutou até seus últimos dias. O linfoma se foi, e seu corpo também. Mas o que nunca morre é seu legado de ser perseverante nem que seja sem conseguir se levantar. Basta apenas fitar seus lindos olhos e tocar o mais profundo de nossos corações a cada encontro numa quinta dessas.
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